Ao decidir se vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais, o investidor precisa encarar uma realidade tributária que mudou recentemente. Diferente das ações puras, a venda de certificados de depósito (Units) tem uma cobrança de imposto de renda diferenciada. Muitas pessoas acreditam que a isenção mensal de R$ 20.000,00 se aplica a tudo, mas o entendimento do Fisco tem sido mais rigoroso com os pacotes de ativos. Escolher entre o código 3, 4 ou 11 não é apenas uma questão de preferência por dividendos ou voto, mas sim uma decisão estratégica que envolve custos operacionais e eficiência fiscal.
O Que São Ações Ordinárias E Preferenciais
As ações ordinárias, identificadas pelo número 3, são os títulos que conferem direito a voto e maior alinhamento societário. Elas são a base do Novo Mercado e oferecem o Tag Along. Já as ações preferenciais, com o final 4, priorizam o pagamento de dividendos, mas geralmente abrem mão do poder de decisão em assembleias.
Tag along é um direito de proteção do acionista minoritário que garante a ele a possibilidade de vender suas ações nas mesmas condições oferecidas ao acionista controlador, caso ocorra a venda do controle da empresa.
Para muitos, a preferencial parece mais lucrativa no curto prazo devido ao fluxo de caixa dos proventos. No entanto, a segurança jurídica da ordinária muitas vezes compensa essa diferença em horizontes mais longos de investimento. Quando analisamos se vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais, o primeiro passo é definir se você busca renda imediata ou segurança estrutural.
A Estrutura Das Units Na Bolsa
As Units (final 11) funcionam como um “combo” que reúne ações ordinárias e preferenciais em um único certificado de depósito. Elas foram criadas para facilitar a negociação de empresas que possuem diferentes classes de papéis, concentrando o volume financeiro em um único ticker. Empresas como a Taesa (TAEE11) e o Santander (SANB11) são exemplos clássicos onde a Unit domina a liquidez diária.
Apesar da praticidade, a Unit adiciona uma camada de complexidade burocrática ao seu portfólio. Ao comprar esse ativo, você não detém as ações diretamente, mas sim um recibo que as representa sob a guarda de um custodiante. Essa estrutura híbrida é o ponto central das discussões sobre custos e direitos, sendo um fator decisivo na hora de avaliar se vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais.
Você pode entender mais características das Units nesse Link da B3: Certificado de Depósito de Ações (UNITS).
O Imposto Sobre As Units E A Armadilha Da Isenção
Um dos pontos mais críticos para quem investe é o pagamento do imposto pelas units, que exige atenção redobrada. Existe um entendimento crescente na Receita Federal de que as Units não gozam da isenção de R$ 20.000,00 concedida às ações comuns. Como elas são tecnicamente “certificados de depósito” e não ações de forma direta e isolada, o investidor pode ser tributado em 15% sobre qualquer lucro, independentemente do volume vendido.
Essa diferença fiscal é um balde de água fria para quem opera quantias menores. Se você vende R$ 5.000,00 em ações ordinárias com lucro, está isento; se vende o mesmo valor em Units, pode precisar emitir uma DARF e pagar o tributo. Portanto, ao ponderar se vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais, coloque o custo do imposto na ponta do lápis para não ver seu ganho corroído pelo Leão.
Conheça o Desmembramento De Ativos
O desmembramento permite que o investidor converta units em ações ON e PN separadamente. Muitos investidores optam por desmembrar suas Units para fugir da tributação complexa ou para selecionar apenas uma classe de ação. No entanto, é importante citar que a maioria, mas não todas, as empresas permitem o desmembramento dessas estruturas. O processo não é automático e deve ser solicitado formalmente através do Home Broker ou da mesa de operações da sua instituição financeira.
Além da parte burocrática, você deve estar ciente de que pode ter taxas pequenas que a corretora cobra para realizar esse serviço. Embora o desmembramento em si não seja uma venda tributável, os custos operacionais de custódia e processamento podem variar entre as corretoras. Antes de agir, consulte a tabela de custos da sua plataforma para garantir que a manobra financeira faça sentido para o seu capital.
Quando Vale A Pena Comprar Units Ou Ações Isoladas
A decisão de compra deve ser baseada na sua necessidade de liquidez e no tamanho do seu aporte. Se você movimenta milhões de reais, a isenção dos R$ 20 mil é irrelevante, pois você pagará imposto de qualquer maneira. Nesse caso, a Unit é vantajosa por oferecer um spread menor e execução mais rápida. A liquidez concentrada evita que você “mova o preço” do ativo ao tentar montar ou desmontar uma posição grande.
Para o pequeno investidor que faz aportes mensais e pretende vender aos poucos na aposentadoria, as ações isoladas (ON ou PN) são muito mais interessantes. Elas garantem o benefício da isenção fiscal de forma incontestável. Portanto, avaliar o seu volume financeiro é o primeiro passo para definir se vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais no seu planejamento pessoal.
Governança E Direitos Dos Acionistas
A escolha entre os diferentes tipos de papéis também reflete sua visão sobre governança corporativa. As empresas que prezam pelo respeito ao acionista minoritário tendem a migrar para o Novo Mercado, eliminando as Units (como aconteceu com a CPLE11). Ao se perguntar se vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais, olhe para o histórico de governança da gestão.
Empresas com muitas classes de ações podem gerar conflitos de interesse entre controladores e minoritários. Ter ações ordinárias (ON) coloca você no mesmo barco dos donos, garantindo que, se eles receberem uma oferta vantajosa pela empresa, você também terá o direito de sair com dignidade financeira. As Units tentam equilibrar isso, mas a simplicidade da ação ordinária costuma vencer no longo prazo.
O Futuro Das Units No Mercado Brasileiro
A tendência do mercado de capitais brasileiro é a simplificação. Cada vez mais empresas percebem que ter apenas uma classe de ação atrai investidores estrangeiros e melhora a percepção de valor da marca. As Units podem se tornar espécies em extinção nas próximas décadas, conforme as listagens evoluem para padrões globais de transparência e equidade.
Investir hoje sabendo dessas nuances coloca você à frente. Se uma empresa anuncia o fim de suas Units e a conversão em ações ON, você precisa entender como isso afetará seu preço médio e sua declaração de bens. Estar preparado para essas transições é o que define se, para o seu bolso, realmente vale a pena comprar units ou ações ordinárias e preferenciais.
Conclusão
Em resumo, a simplicidade das ações ordinárias é atraente para o investidor de longo prazo, enquanto a robustez das Units serve bem aos grandes players do mercado. No entanto, o investidor de varejo deve ter cautela redobrada com a questão fiscal.
É fundamental compreender que o pagamento do imposto pelas units pode diminuir a rentabilidade líquida da sua carteira de forma significativa. Enquanto nas ações isoladas você conta com a isenção para vendas de até R$ 20 mil, nas Units essa cobrança de 15% sobre o lucro pode incidir sobre qualquer valor, corroendo uma parte do capital que seria reinvestido.
Entender essas diferenças é o primeiro passo para investir melhor e com mais consciência. O sucesso no mercado financeiro não vem apenas de escolher boas empresas, mas também de proteger seu lucro contra custos desnecessários.
Próximo Passo
Agora que você aprendeu se é melhor para você as Units ou as ações ordinárias e preferenciais, entenda mais sobre os diversos tipos de ações (Final 3,4,5…), lendo o artigo: Tipos de Ações da Bolsa de Valores: Tudo Que Você Precisa Saber.
Perguntas Frequentes (FAQ)









